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1999

Circuito Teatral Lusófono
Agitada Gang
Como Nasce um Cabra da Peste
Digressão
Sapateira Prodigiosa
Cloun Creolus Dei
Participação do Teatro Meridional no Mindelact'99
Os Velhos não devem namorar

Estação Cena Lusófona
Cloun Creolus Dei
Aula-espectáculo Sol a Pino - António Nóbrega
Flor de Obsessão
Pranto de Maria Parda
Saga Press
A Sapateira Prodigiosa
O embondeiro que sonhava pássaros
Danças de Câncer
Sons da Lusofonia
Antígona

Forum
ciclo de leituras de textos dramáticos lusófonos [S. Paulo, Brasil]
Exposição: Angola a Preto e Branco

Projecto Especial
Viagem ao Centro do Círculo
Oficina de Salvador da Bahia
Oficina de Maputo
Oficina de Luanda
Oficina de Mindelo
Oficina de São Paulo
Oficina de Braga

2000




Viagem ao Centro do Círculo

O projecto "Viagem ao Centro do Círculo" foi considerado, no plano de 99, como um dos dois projectos especiais (o outro era a Estação).
Dada a sua escala financeira e organizativa, o projecto partiu de um consórcio luso-brasileiro onde a Cena Lusófona desempenhou, desde o início, o papel de "pivot", tendo as iniciativas tomado como ponto de partida as experiências anteriores (ciclo de estágios em países africanos de língua portuguesa, co-produções, Estágio Internacional de Actores Lusófonos e a própria rede de contactos que foi desenvolvida até aqui). À Cena Lusófona estão associadas as companhias portuguesas A Escola da Noite, Companhia de Teatro de Braga, e a companhia brasileira da Bahia, Bando de Teatro Olodum/Teatro Vila Velha. O esforço destas quatro instituições associadas - simultaneamente artístico, organizativo e financeiro - não foi, contudo, suficiente para a sua integral prossecução. Estavam os propositores do projecto conscientes das dificuldades, especialmente financeiras, que ele implicava, mas sempre acreditaram que a sua importância artística e cultural tanto no âmbito lusófono como para além dele (em especial na Europa), era suficiente para justificar uma atenção especial por parte das instituições que defendem a internacionalização de cultura portuguesa e das diferentes culturas que integram a CPLP. Tal não aconteceu segundo os nossos desejos pelo que as partes associadas tiveram que contar exclusivamente consigo próprias; como consequência directa, houve necessidade de se readequar a sua escala, mantendo-se, no entanto, a metodologia e os objectivos essenciais. Ficou comprometido o desenho inicial para a segunda fase, de aprofundamento da pesquisa e continuação do diálogo cultural encetado em cada país com as oficinas de actor, assim como o calendário estabelecido à partida.
A estreia ficou marcada para Julho de 2000, procurando-se que, posteriormente, durante a digressão do espectáculo, se recuperem alguns dos objectivos previstos para a segunda fase.
Contudo, toda a primeira fase do projecto foi integralmente cumprida e excedeu os objectivos. Foram realizadas seis oficinas (Salvador da Bahia, Maputo, Luanda, Mindelo, S. Paulo, e Braga), envolvendo 114 jovens actores de vários países. Para a Cena Lusófona, este projecto permitiu dinamizar e consolidar a rede de agentes teatrais que tem vindo, desta forma, a evoluir e crescer - tanto ao nível da participação individual dos actores, como na colaboração institucional (ver adiante ficha de cada oficina).
«O projecto "Viagem ao Centro do Círculo", reuniu artistas dos diferentes países lusófonos procurando estabelecer pontes entre as culturas, num diálogo que incluiu a fala, o canto, a música instrumental, as artes visuais, a dança, a literatura e, evidentemente, a energia, o humor e a vivência de cada artista.
O programa ministrado pelo encenador Stephan Stroux nas Oficinas descreve um ciclo, abordando: a infância; as utopias do indivíduo; a espiritualidade; a violência pessoal e a institucionalizada; a relação do homem com a terra, com a água, com o fogo e com o ar.
O método elaborado por Stephan Stroux evita que o actor "represente", ou seja, imite a realidade através de estereótipos. Motiva-os a vasculhar a memória pessoal até ao limite em que ela se confunde com a colectiva. Leva-o à infância e ao imaginário infantil através de depoimentos, canções e jogos. Estimula-o a reflectir sobre a terra e a água e a voar nos ventos habitados pelos espíritos. O conjunto desses estímulos vai-se convertendo em ficções, em funções poéticas, em happenings. Em vez de "representar" o actor "actua". Actua dentro da sua realidade, através dos ritos que permeiam o quotidiano. Expõe com sua arte uma visão crítica da mesma realidade.» (Sebastião Milaré)

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