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Teatro Popular

A vida de Roberto do Diabo
Cavalhadas na Beira Baixa
Teias de Cordel
Um Teatro de sete fôlegos
A Descoberta da Moura*
Teatro em Subportela
A folia e o andor
Os Turcos de Crasto*




Teias de Cordel


Quanto a estes, António Vieira conheceu-os em menino pela voz de Donata ”uma senhora contadeira de histórias”, na heróica e benemérita cidade de Santo Amaro da Purificação, no estado da Bahia. Mas só ultimamente, confessa, conseguiu aprofundar a intriga, através de “Floripes Negra”, edição da Cena Lusófona, livro que fala das rotas mágicas de Floripes por terras de São Tomé e Príncipe e pelo mundo, desde logo aquele que em português se exprime.

Todas estas relações e conhecimentos fê-los, António o diz, aquando da visita a Portugal em 2004, a convite da Cena Lusófona, para em Coimbra participar no VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais (de 16 a 18 de Setembro). E se, nessa ocasião, do Brasil Vieira nos trouxe e cantou com o seu violão vivências, histórias, cultura; daqui levou suprimentos para dilatar o cordel:

Grande mestre António Aleixo

Eu estando em Portugal
Para cantar os meus versos
Em sua terra natal
Não lhe pedi permissão
Para tal intervenção
Perdoe-me, não fiz por mal!


Apenas não conhecia

Sua verve meritória
Que o povo português
Guarda viva na memória
E fala com muito zelo
Do poeta cauteleiro
Que deixou nome na história


Após cruzar o Atlântico
Às margens do rio Mondego
Da cidade de Coimbra
Senti de perto seu peso
Na irrigação da lavoura
Na fartura em arrobas
Comida pró ano inteiro.
Na minha ida a Braga
Pela janela do trem
Eu contemplei o rio Douro
Que fica não muito além
Senti não beber do vinho
Que desde pequenininho
Sei que o Porto faz bem.(...)


António Vieira – breve perfil
Nasceu na cidade baiana de Santo Amaro, banhada pelos rios Subaé e Sergi-Mirim, em 1949. Depois:
Viajou pelo Brasil
Investigou um bocado
Escreve em seus cordéis
Imagens que lhe marcaram
Resgates e personagens
Anónimos e consagrados
Ainda nas suas palavras, “conta histórias populares inéditas e recita seus cordéis, com ritmos de música popular brasileira, um dos detalhes de seu cordel remoçado, proposta de diversão, informação, popularização de conhecimentos e humanização de pessoas”. Publicou mais de 100 brochuras, editou duas colectâneas (Histórias que o Povo Conta, I e II), gravou o CD O Cordel Remoçado. A Cena Lusófona e a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto co-editaram em 2004 (separata do jornal cenaberta n.º 3) o cordel Popó do Maculelé.



antoniovieira.cordel@ig.com.br