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Comunicados de imprensa

9 de Agosto de 2002

Nota de Imprensa

Os Fidalgos: Teatro da Guiné-Bissau estreia nas Estações

O teatro da Guiné-Bissau estreia-se amanhã nas Estações da Cena Lusófona, que este ano decorre em São Tomé e Príncipe, em conjunto com o Festival Gravana 2002, até ao próximo dia 18 de Agosto. A participação da Guiné é assegurada pelo recém-criada companhia Os Fidalgos, que apresentam amanhã, pelas 21h00 no recuperado Teatro Marcello da Veiga, na ilha de S. Tomé, o seu primeiro espectáculo “O Lutador”, co-produção de cariz musical com a Cena Lusófona, que conta com a coordenação técnica e artística do encenador Andrzej Kowalski, colaborador habitual de projectos da Cena Lusófona.

Trata-se de um grupo de 20 actores, dançarinos e músicos, com um denominador comum. Todos, ou quase todos, integram o núcleo de artistas com que o consagrado cineasta guineense Flora Gomes tem trabalho nos seus filmes. A sua primeira experiência cénica, porém, é justamente o espectáculo musical que se poderá ver, ouvir e sentir na V Estação/Gravana 2002: “O Lutador”.

Com texto escrito pelo novo colectivo, “O Lutador” narra o percurso de um jovem guineense, entre a pobre “tabanca” (aldeia) rural, até à capital Bissau, numa luta pela sobrevivência e pela dignidade, por entre os escombros de um país destruído pela guerra. Pretende-se aqui retratar também a realidade do êxodo rural, na Guiné ou noutra parte do mundo dada a universalidade da temática que Os Fidalgos assumem nesta sua estreia, e o choque entre o mundo do campo, com os seus mitos, práticas e rituais próprios, e a difícil e desumana realidade urbana encontrada pelo “Lutador”, o protagonista deste “teatro musical”, para utilizar uma definição do próprio grupo, com final moralizador e exaltante. Os Fidalgos colocam aqui em confronto, em suma, o apelo das “pantanosas” novas oportunidades e valores urbanos, e o apelo visceral das raízes e identidades matriciais de cada povo.

Ficha Técnica:
Autores – Criação colectiva
Actores - Jorge Quintino Biague; Amélia da Silva; Osvaldina Vaz Gomes Adão; Pedro Dias; Verónica da Conceição Gomes; Helena Sanca; Maika Augusto Baio; Domingos Gomes Marques; Juliano Semedo; António Augusto Tchantchalá; Indira Pinto Monteiro; Mussa Camarra; Elizabete Gomes Dias; Fernando Jorge Barreto Costa.
Coordenação musical - Ângelo A. dos Reis Ié
Guarda roupa - Amélia da Silva
Tamborista – António A. Tchantchalá
Coordenação artística - Andrzej Kowalski
Colaboração - Flora Gomes, Soleimane Biai, Svetlana Chálina Naguiem
Co-Produção - Os Fidalgos/Cena Lusófona


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Alma Grande no Príncipe

Ainda no sábado, a Estação/Gravana 2002 leva também pela primeira vez à Ilha do Príncipe o espectáculo Alma Grande, pela companhia portuguesa O Bando, uma encenação de João Brites a que o público do Príncipe pode assistir pelas 21h00.

No mesmo dia, pelas 17h30, tem lugar a abertura do núcleo do Príncipe da grande mostra fotográfica em torno das Artes Performativas sãotomenses, com cinco núcleos expositivos espalhados pelo arquipélago, da autoria de Augusto Baptista, nas instalações do Centro Cultural Português local. Esta exposição incide particularmente sobre o trabalho de grande fôlego dedicado ao Auto de Floripes, editado recentemente em livro/álbum fotográfico pela Cena Lusófona, sob o título “Floripes Negra”, onde o repórter fotográfico português apresenta dezenas de imagens desta peculiar e espectacular tradição cultural sãotomense, com raízes no medievalismo europeu, que se repete todos os anos em Santo António do Príncipe, mobilizando quase toda a população local. O Auto de Floripes, aliás, realiza-se anualmente em meados de Agosto, e este ano coincide com a Estação, no próximo dia 15, integrando o respectivo “roteiro” de Artes Performativas de São Tomé e Príncipe.

Com base no acervo documental de imagem do Centro de Documentação e Informação da Cena Lusófona, a instalação temática de fotografias de Augusto Baptista compreende ainda os núcleos “Danças, Rituais e outras Performatividades”, no Arquivo Histórico (S. Tomé), “O Tchiloli em S. Tomé e Príncipe”, na Biblioteca Nacional (S. Tomé), e “Intercâmbio Teatral com S. Tomé e Príncipe no âmbito do projecto Cena Lusófona”, no renovado Cine-Teatro Marcello da Veiga (S. Tomé). As instalações estão patentes ao público de 3 a 31 de Agosto. A montagem e instalação das exposições é da responsabilidade de Acácio Carreira.

O autor:

Augusto Baptista nasceu em Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro, Portugal, em 1946. Actividade dividida por várias escritas: ficção (Histórias de Coisa Nenhuma e Outras Pequenas Significâncias), desenho (Humor das Multidões), fotografia (designadamente recolhas e exposições de âmbito teatral, nos Sete: As Cores do Teatro e No Palco nos Entendemos). Jornalista, é membro da Cena Lusófona e da Associação 25 de Abril, Angola. Foi assessor do Ministério do Trabalho e Segurança Social, na República Popular de Angola, entre 1976 e 1986. Colaborou, como jornalista, nas revistas “Tempo”, de Moçambique, e “Novembro”, de Angola. Como fotógrafo, trabalhou para as revistas portuguesas “Sábado”, “Época”, “Fortuna” e “TV Mais”. Tem colaboração dispersa em várias outras publicações nacionais e estrangeiras. Actualmente, trabalha para a revista “Notícias Magazine”.

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